Dia Mundial de Combate ao Fumo: o cigarro e o câncer bucal

Dia Mundial de Combate ao Fumo: o cigarro e o câncer bucal

Hoje 31 de Maio é considerado o Dia Mundial de Combate ao Fumo e os Cirurgiões-dentistas têm um importante papel na divulgação de informações que combatam este vício e na prevenção de seus pacientes. Isso porque o hábito de fumar não apenas gera distúrbios como a placa bacteriana ou a halitose, como também pode causar uma das doenças mais graves relacionada ao ato de fumar: o Câncer Bucal.

O que é Câncer Bucal

A denominação Câncer Bucal abrange as neoplasias malignas de cavidade oral – mucosa bucal, gengivas, palato duro (céu da boca), língua, assoalho da boca e de lábio. É mais frequente em pessoas brancas e tem maior incidência no lábio inferior que no superior. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas, e os riscos aumentam quando o fumante é também alcoólatra. Os principais fatores de risco são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal-ajustadas.

Combinações perigosas

A ação constante e prolongada de próteses mal adaptadas e de bordas cortantes de dente sobre a mucosa bucal constitui, ao longo dos anos, lesões que podem induzir o desenvolvimento do câncer de boca pela potencialização de outros agentes carcinogênicos que atuam na mucosa, particularmente em indivíduos com hábitos tabagistas e etilistas. A literatura científica também sugere forte associação entre as várias formas de consumo de tabaco e alta prevalência e severidade de doença periodontal.

Entre outros malefícios provocados na cavidade oral, o fumo destrói as enzimas da saliva que combatem substâncias prejudiciais. Isto torna a saliva uma mistura corrosiva de compostos químicos do tabaco na boca, facilitando o surgimento de células cancerígenas. Quem fuma 30 cigarros/dia, por exemplo, já pode apresentar lesão pré-maligna. Já os mecanismos pelos quais o álcool pode agir no desenvolvimento deste câncer ainda não estão definitivamente esclarecidos, mas estudos indicam relação com o aumento da permeabilidade das células da mucosa aos agentes carcinogênicos devido ao efeito solubilizante do álcool, presença de substâncias carcinogênicas nas bebidas alcoólicas, dano celular produzidos pelos metabólitos do etanol e deficiências nutricionais secundárias ao consumo crônico do próprio álcool.

Sintomas, Prevenção e diagnóstico do Câncer Bucal

O câncer bucal manifesta-se principalmente pelo aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam após alguns dias. Além disso, podem surgir ulcerações superficiais com menos de 2 cm de diâmetro e indolores, sangrando ou não, e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. O estágio avançado da doença caracteriza-se pela dificuldade de falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de caroço no pescoço.

A ABO recomenda evitar o fumo e o álcool, promover higiene oral, ter os dentes tratados e fazer consulta odontológica de controle (exame clínico da boca) pelo menos uma vez por semestre para que a prevenção do câncer bucal seja eficiente. É importante, ainda, a manutenção de uma dieta equilibrada, rica em vegetais e frutas, além de outros hábitos saudáveis.

Os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer da boca são cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em lesões iniciais, segundo o Inca, a cura pode ser obtida em 80% dos casos, evidenciando a importância do diagnóstico precoce.

Fonte: ABO

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